O secretário-geral da UNITA, Franco Marcolino Nhany, manifesta-se chocado com as condições sociais que encontrou no Huambo e ao mesmo tempo disse estar confiante que o seu partido vai vencer as eleições do próximo ano.
“L amentamos existir no Huambo casos de fome, desemprego, falta de água e energia eléctrica”, diz o dirigente da UNITA que criticou também o que disse ser a discriminação no fornecimento de electricidade na província. “Esta luz que não chega aos bairros das pessoas serve 24 sobre 24 horas às fazendas da elite”, denunciou.
Embora seja verdade, estranha-se que Nhany se mostre, agora, chocada com uma situação que é bem antiga e que, aliás, há muito é do conhecimento directo e ocular da Direcção da UNITA. Mais vale tarde do que nunca, mas não era mau que a UNITA se lembrasse mais vezes dos que sobrevivem com mandioca e não com lagosta.
No que diz respeito à situação politica no país, Nhany manifestou confiança de que o seu partido está em perfeita posição para vencer as eleições.
“Hoje as pessoas acordaram e sabem quem lhes faz mal”, diz Nhany, parecendo ignorar que o Povo sabe (pelo menos desde 2002) quem lhe faz mal mas, ao mesmo tempo, também sabe que quem o deveria defender (a UNITA, no caso) só dele se lembra quando precisa do seu voto.
“Você não pode prometer tanto durante muito tempo e não cumprir e, por isso, estou convicto que desta vez se houver lisura a UNITA chega lá”, disse Nhany, garantindo que o seu partido nunca esteve tão próximo do poder em Angola.
Noutra frente de “combate”, Isaías Samakuva disse que “as condições péssimas em que vivem as populações residentes no bairro da Cerâmica, em Cacuaco, são uma violação clara dos direitos fundamentais dos cidadãos”.
Naquele bairro, a locomoção de pessoas e veículos é feita por uma estrada cheia de pedras e águas residuais, que os residentes baptizaram com o nome do administrador Cavuquila de Cacuaco, por não estar a prestar qualquer atenção aos problemas do dia-a-dia das populações da região. Pelo meio do bairro, cresce o capim e vegetação oportunista, que no seu convívio com resíduos sólidos criam condições para o desenvolvimento do vector de malária e outras doenças decorrentes do precário saneamento básico.
Depois de criticar a ausência do governo, acusando-o de não conhecer a realidade das populações que diz governar, o líder da UNITA convidou os cidadãos eleitores a procederem ao seu registo eleitoral, para se habilitarem ao exercício do voto da mudança, mandando o MPLA descansar e elegendo a UNITA.
“O MPLA sai e a UNITA entra”, palavra de ordem correspondida pelos habitantes visitados por Isaías Samakuva.
Apelo idêntico foi deixado aos vendedores e compradores do mercado da Vidrul, que também constou do roteiro de Isaías Samakuva.
A comitiva do líder da UNITA deslocou-se até à Centralidade do Sequele, onde depois de uma passeata pelas artérias da nova cidade, visitou os feirantes do mercado local, tendo os mesmos partilhado, preocupações do dia-a-dia.